
Caros leitores.
Como é do conhecimento geral, a nossa pátria atravessa uma das mais complicados crises, com o Monstro (défice orçamental) a não dar tréguas, e a precisar de uma banda gástrica urgentemente, sob pena de lhe dar o fanico, dado o problema de obesidade mórbida, que ao que parece é crónica.
Contenção, parece quanto a mim, ser a palavra de ordem, no sentido de se procurar e alcançar o equilíbrio das contas do Estado, de modo a devolver confiança aos agentes económicos, e transmitir alguma credibilidade ao exterior de forma a captar investimento, e deixar os senhores das agências de renting a dormir descansados.
As badaladas agências de renting, que até agora não se ouvia falar, e que deram um precioso contributo para a crise do sub prime americano, que teve os efeitos que toda a gente conheceu, continuam descrentes quanto à capacidade de Portugal em resolver o problema do défice das contas do Estado, tendo decidido para tal baixar a notação de Portugal.
Meus caros, eu não pertenço a nenhuma dessas agências que se limitam a especular, e que tem interesses duvidosos, e quanto a mim deveriam ser sancionadas pelo comportamento asqueroso que tiveram no passado recente, mas o facto é que até, eu baixava o renting da dívida pública portuguesa face ao comportamento do governo.
Em primeiro lugar atendamos ao desempenho da economia nacional dos últimos anos, e não estou a falar das últimas décadas.
Portugal salva raras excepções, sempre apresentou crescimentos anémicos, medíocres face à média dos congéneres europeus.
Temos uma economia extremamente dependente do Estado, daí que eu acho que vivemos num Estado semi-comunista, em que este, está presente onde não deve, e ausente onde deve, isto muito por causa das famosas privatizações, de sectores estratégicos, que outra hora pertenceram ao Estado, e que sucessivamente foram sendo alienados muito por falta da capacidade visionária dos nossos políticos, que se movem na penumbra, e que mais tarde vão ocupar cargos nas administrações dessas empresas. (Uma forma de trair a Pátria)
Em segundo lugar, como é possível que no actual contexto financeiro e económico, o Governo tenha vindo anunciar que pretendia avançar com as megalomanias, como a construção do novo aeroporto, Tgv, a nova ponte sobre o Tejo, alegando que com estes investimentos (aplicava a teoria Keynesiana), iria dar o impulso necessário para que a economia recuperasse parte dos empregos perdidos. (Um modelo económico mais que esgotado. Um insulto à inteligência dos portugueses)
Sr. PM em traços muito gerais, penso que o caminho mais natural e razoável que se deve tomar nesta altura, é fazer esta equação muito simples, "se não há dinheiro, não há vicio".
Felizmente a chanceler Angela Merkel veio dar um puxão de orelhas a Sócrates, mostrando-se indisponível para os seus devaneios, tendo imposto ao governo português um necessário aumento da carga fiscal (aumento do IVA) para cumprir as regras do pacto de estabilidade e crescimento.
Srª Merkel um obrigado sincero pela ingerência.