
A boa noticia e confirmando-se as previsões económicas, é que Portugal contra todas as expectativas, surpreendeu pela positiva, apresentando uma taxa de crescimento de 1,7% no primeiro trimestre, tornando-se o país com o maior crescimento registado na zona euro, superando inclusive os EUA. (A China é a próxima a ser ultrapassada)
De acordo com os dados, o crescimento é resultado de um aumento do consumo por parte das famílias, e das exportações.
Estou certo que não deixa de ser uma boa noticia, mas que tem que ser recebida com muita cautela.
A má noticia, é que o primeiro ministro, veio já anunciar um novo pacote extraordinário de medidas de austeridade, com vários agravamentos ainda que transitórios de impostos, com o objectivo de levar o défice das contas públicas para os 4,6% em 2011.
Resta então saber, que impacto vai ter este conjunto de medidas sobre a economia real, uma vez que vai haver uma nova retracção no consumo e desinvestimento público (Sou a favor de obras de proximidade, entenda-se saneamento básico, requalificação do parque escolar, de esquadras, hospitais etc.).
De todas as medidas negociadas entre o bloco central, a que eu realço, é a redução em cerca de 5 % nos salários auferidos pelos políticos, gestores públicos e BOYS em geral. (RTP e Companhia)
Esta ténue tentativa de tentar conferir alguma credibilidade aos nossos governantes, peca pela inconsequência , eu diria mesmo que é uma completa imoralidade, face aos constrangimentos financeiros que muitos portugueses que auferem ordenados mínimos, estão a suportar.
Estes senhores se querem merecer o respeito de qualquer trabalhador ou empresário no actual cenário, teriam de pelo menos cortar em cerca de 50% dos seus ordenados, e mais tarde, caso obtivessem resultados positivos voltar a recuperar parte do dinheiro que perderam.
Chama-se a isto trabalhar por objectivos, com sentido de Estado.
A realidade é que aumentar as receitas por via do aumento dos impostos, é a solução mais fácil, e que não obriga a fazer grandes estudos. O líder do PSD, falou em cortes no lado da despesa, mas o facto é que não se viu nada de concreto.
Para terminar, já há muito que se falava e antevia um cenário de recessão e de um inevitável corte nas despesas do estado, e foi preciso como já referi no post anterior uma ingerência de Bruxelas para por termo ao devaneio das grandes obras públicas, mas talvez a situação das contas do estado, possa ser um problema resolvido, caso as finanças do nosso país fique sujeita a auditorias realizadas pelos organismos da UE.
Mais um belo atestado de incompetência, passado aos governantes portugueses.